sábado, 24 de novembro de 2012

Luanda 18 de Novembro 2012

Por fim...
Depois de anos de suspense, propostas, adiamentos, histórias e oportunidades postas de lado, estou em Angola. Tanto podia ser este pais como outro qualquer, mas por alguma razão este sempre se destacou mais do que qualquer outro.
A azafama das malas, resolução de assuntos e arrumações toldaram de certo modo a preparação para o pico emocional que daí a dias iria certamente surgir... e foi assim que dia 18 de Novembro aconteceu.. Foi com misto de raiva e de emoção mais ou menos contida, que a despedida ocorreu junto à porta de embarque do Aeroporto de Lisboa, cenário de tantas despedidas, lagrimas e adeus, mais do que importa contar. Raiva por ver que no meu País, para mim e para milhares e milhares de portugueses, não foi acautelada uma das maiores necessidades de quem aí vive e quer viver...Condições para manter perto os que ama...Todos os entendidos falam do custo e da perda de capacidade do país devido à saída de muitos de nós à procura de outras oportunidades e de como estamos a perder e a hipotecar o futuro..mas, e que tal pensarem um pouco no custo pessoal de vida não só para os que vão mas para os que ficam? vale a pena pensar nisto um pouco e medir se possivel as consequencias que daí virão..
 
Mas enfim, lá cheguei a Luanda, via Madrid, depois de passar uma noite inteira em viagem. Lexotans fizeram maravilha, quase nem dei pelas horas passarem. Aterrei em Luanda, Aeroporto Quatro de Fevereiro às 8.30, onde depois das formalidades de entrada, apanhei o carro com motorista que me esperava à saída.
 
A sensação de levar aquele bafo quente e húmido e do cenário que até nem era mau à saida do Aeroporto, lembrou-me que já não estava em casa..mas ao mesmo tempo tudo me parecia muito familiar.. As casas, a arquitectura, a língua, os paneis de publicidade com os mesmo produtos mas com a subtil diferença de não serem sem a Soraia Chaves ou a Rita Pereira as meninas do placar..Estes e estas eram bem mais morenos.
 
 
O caminho do Aeroporto para o meu novo escritório, deu-me a oportunidade de pela primeira vez, sentir e ver África na primeira pessoa e posso dizer...é extenuante! Tudo acontece e está a acontecer ao mesmo tempo e com uma velocidade estonteante! é como estar numa sala de cinema 360º, a ver um filme em fast forward! Os candongueiros, as motos, as pessoas, os carros topo de gama 4x4 e os paridos, gente a a travessar a estrada como se daquele jogo da galinha se tratasse, os vendedores no passeio e no meio da estrada a venderem desde papel higiénico, peças de automóveis, cartões de telemóvel, a árvores de natal debaixo de um sol de 30º , as casas de tijolo que vendem HiTec, fotocopias ou até mesmo apoio jurídico...
 
 
 
 
 
Para vossa informação até Pedras de Cimento vendem...
 
Conhecendo um pouco da historia do pais, não podemos deixar de reparar que deve ter havido uma altura em tudo era diferente..
Lá chegamos ao escritorio em Talatona e ao local onde se espera venha a trabalhar e a crescer nos próximos tempos. O ritual da apresentação às pessoas, expatriados e locais (mais do que pensava) e a reunião de acolhimento, onde me alertam para os cuidados a ter em termos de saúde, segurança, trabalho e legalização..pronto para a guerra!!
e que entrada! com quase uma directa em cima, a meio da manha jaz estava a trabalhar e a acumular pastas e pastas e papeis e despesas e raio que o parta!! ao que parece esta empresa parou no ultimo ano e tudo com ela também..rapidamente chego à conclusão que há que começar do zero! ou até mesmo do -1! ..no final do dia ..CASA..ou melhor Condomínio das Mangueirinhas!